RIO TEJO ( Parte 1) Reconhecimento

Como já mencionei fui picado para participar numa autonomia no Rio Tejo, com entrada no paredão da Barragem Espanhola de Cedillo e com o final em Alverca, um percurso de 190 km por quase todo o Rio em Portugal. O percurso até á foz foi descartado porque a partir de Alverca o rio já não tem muito interesse paisagístico e o interesse principal centra-se no seu percurso inicial. Esta autonomia estava para ser feita a solo pelo amigo Ciclista, mas essa ideia do solo era um bocado difícil, descabida e sofredora, pois este percurso revela algumas dificuldades que só são facilmente ultrapassadas a dois. Como a ideia da aventura e descoberta deste percurso me agradava encetei conversações para concretizarmos pelo menos os dois esta descida. Começou-se por definir o percurso e as datas para a realização do mesmo, agendadas para 22, 23, 24 e 25 de Novembro. Comecei o estudo do percurso através de alguns mapas e do Google Earth, mas embora sendo uma excelente ferramenta tem algumas limitações, ficando várias dúvidas por esclarecer, restava uma solução, pormo-nos a caminho e fazer o reconhecimento in loco de todo percurso.

Foi o que combinamos para dia 9 de Novembro, ás 6.50 da manhã já estava em Alverca para me juntar ao Nuno e começar o reconhecimento. Começamos pelo fim e fomos ver a rampa prevista para a chegada, em Alverca junto ao clube náutico local. Um bom local com saída facilitada pela rampa de cimento e sem lodo.


Metemo-nos á estrada sem cumprir limites de velocidade pois um único dia seria curto para vermos todos os locais importantes a reconhecer. A 1ª paragem foi feita no paredão da Barragem do Fratel, eram quase 9.00 horas e ainda se fazia sentir um nevoeiro denso e um frio de rachar.

Junto do paredão resolvemos chamar um dos funcionários da barragem e pedir-lhe algumas dicas. Ficámos logo com a indicação da saída antes do paredão e como voltar a entrar logo após o mesmo. A saída seria muito fácil pois existe uma rampa uns 200 metros antes do paredão, onde acedemos com carro. Agora a reentrada não se vislumbrava fácil, pois desde a estrada que nos leva até lá abaixo existe uma zona ainda extensa de muita pedra grande, que dificulta ali caminhar carregando os kayaks e equipamentos, não impossível mas difícil. A outra opção seria passar por dentro da barragem (o funcionário disse-nos que autorizavam) e descer umas escadas de ferro extremamente íngremes, difíceis de descer com os nossos compridos e carregados kayaks, a 1ª opção seria melhor. Resolvemos rumar à Amieira do Tejo, pois caso não quiséssemos entrar logo após o paredão teríamos já inspeccionado outra possível entrada uns 3 km após o mesmo.com a indicaçir-lhe algumas dicas.as is importantes a reconhecer. unto ao clube n Realmente na Amieira a entrada seria fácil e ficamos em pensar se entraríamos após o paredão ou na Amieira, algo a decidir posteriormente.

Arrancamos em direcção à Barragem de Cedillo, lá chegados encontramos logo uma estrada de terra á esquerda que nos leva ao fundo do paredão, onde a entrada na água se faz facilmente. Tiradas umas fotos do local, subimos e fomos ver a barragem já em Espanha. Para passar a fronteira passa-se por cima do paredão e vê-se a confluência do Rio Tejo com o Rio Sever, rodeados por uma bela e densa vegetação.

Feita esta parte inicial, toca de ripar para a barragem de Belver, onde passamos por cima do paredão e fomos para a praia fluvial ver a local de chegada neste local. Esta zona é também fácil e acessível para sair. Vimos igualmente o parque de campismo de Ortiga e fomos fazer o almoço tipo pic-nic á beira de água. Após o cafezito fomos inspeccionar o local de reentrada após o paredão de Belver, por um caminho de terra que facilita a entrada na água.Uma residente que por ali estava pegou á conversa e disse-nos que um dos seus maiores sonhos seria descer o Tejo todo de canoa, ao ver aquele olhar e ao sentir aquele desejo quase que tive tentado a convidá-la a vir connosco, era uma mulher que aparentava uns sessenta anos, mas ainda cheia de genica e de vida. Afinal o gosto por andar na água alcança imensas gerações neste país, mesmo aquelas que nunca experimentaram a canoagem. Toca de pormo-nos á estrada e conduzir ao longo do rio em direcção a Abrantes, onde ainda antes fizemos algumas paragens para observar o rio e tirar mais umas fotos. Junto à Central do Pego existe ainda um açude de pedra, que teremos que transpor pelas mesmas, pois as margens não permitem a passagem, mas nada que não se faça na boa. Chegados a Abrantes fomos até junto do açude insuflável para estudar a passagem do mesmo, uma das zonas estava aberta e a água corria livremente, pela altura do açude (cerca de um metro a metro e meio) daria para saltar com os kayaks, mas não deu para perceber se é fundo ou não após o salto, caso não queiramos arriscar no salto, o açude passa-se muito bem pela margem direita, saindo e andando um 150 metros e voltando a entrar na água, no dia veremos se saltamos ou contornamos.
Conhecido o percurso até aqui seguimos para Constância, onde fomos ver o parque de campismo e o local de saída da água junto ao mesmo. Aqui teremos que entrar uns 800mt adentro do Rio Zêzere para atracar, sendo a saída fácil e o parque perto. Mais estrada, agora em direcção ao Castelo do Almourol para ver aquela bela paisagem e tirar umas fotos do imponente castelo. Outra vez para a estrada agora em direcção a Alverca. Não parámos em Santarém, pois o ponto de pernoita nesta zona já tinha sido definido no Google Earth e não há estradas para lá chegar. Durante toda esta longa e movimentada viagem, conversamos imenso sobre o passeio e formas de o fazer e sobre muitos outros assuntos, dando para aprofundarmos ainda mais a nossa recente amizade. Depois ainda tive que fazer mais uns bons km para chegar a casa no Alentejo. A partir daqui temos acertado pormenores pelo telefone e a aventura está quase aí à porta para nossa delícia.
Depois farei aqui a descrição desta aventura, com um bom complemento fotográfico, pois a paisagem já vista é muito bonita e ainda há mais beleza para descobrir e pagaiar.

Barragem Pego do Altar

No dia 25 de Outubro lá reunimos um grupo de seis amigos cheios de vontade de pagaiar e fomos até ao Pego do Altar para mais um passeio. O ponto de encontro e de entrada na água seria junto ao paredão, mas a barragem apresentava um nível tão baixo, que no local da habitual entrada deparamos com uma ravina, imprópria para pôr os botes na água. Fomos procurar um lugar mais acessível junto de Santa Susana, não sem antes pararmos para beber um café e começarmos a botar a conversa em dia.
Lá entramos dentro de água mais tarde do que o combinado, não só pela mudança de planos, mas porque há sempre um alentejano que teima em atrasar-se. Já no braço esquerdo da barragem, estacionamos os carros junto á água e começou a azáfama habitual, rumando depois para o fim do mesmo braço. Nunca tinha visto esta barragem tão vazia, na zona onde entramos o misto de terra, pedras e areia era extenso e longo, e depois as ravinas sucediam-se á nossa volta. Realmente a mesma barragem pode nem parecer a mesma quando alterna entre vazia ou totalmente cheia, parecem locais diferentes. O braço esquerdo terminou muito antes do que é habitual, com um terreno bastante lamacento, onde invertemos e rumamos para o paredão, em muito pouco tempo se fez todo o braço. O ritmo da pagaiada variou entre o passeio e por vezes com maior rapidez, ao sabor das agradáveis conversas e brincadeiras. Já no paredão retomamos para o braço principal, o mais longo, procurando um local que permitisse atracar e almoçar.
Foi um almoço que demorou a chegar, pois não havia meio de encontrarmos um local acessível, sucedia-se ravina atrás de ravina. Já praticamente a meio deste braço lá nos deparamos com um local para desembarque e para o respectivo almoço, pois para alguns a fome já era negra. Entre tachos e sandes os temas das conversas foram sempre diversificados e alegres. Ouve lugar para cafezito e para trabalhar o bronze pois o sol estava no ponto. A conversa prolongou-se e a reentrada na água lá se fez um pouco tarde, continuando na direcção do braço principal, mas uns metros mais á frente a existência de um braço á direita levou-nos a percorre-lo e a regressar para o local da partida, pois queríamos fazer uns ensaios dos vários botes presentes e os dias estão cada vez mais curtos. Tivemos a estreia de uma nova kayakista inscrita por estes dias nos Amigos da Pagaia , a Anke uma alemã que mora pelos alentejos e que nunca tinha andado em kayaks de mar (embora nos tenha dito que anda de kayak desde os 5 anos), estreou-se num K2 durante o dia inteiro.
Tive o prazer de conhecer o Ciclista (Nuno) que começou a desafiar-me para a descida do Rio Tejo em Autonomia, ficou cá o bichinho para a coisa. O RuiAlturas também compareceu após uma longa ausência fora de água, tal era a cegueira que andou quase sempre a navegar á frente do grupo, com tanto desejo de pagaiar não entendo como se atrasa sempre nas partidas de casa. O fotografo de serviço o Quim, foi ficando quase sempre para trás para efectuar o relatório fotográfico do passeio, o que levou a esperas para reagrupamento, mas permitiu muita conversa e poses para os clicks. O Carlos como é seu hábito brindou-nos com a sua boa disposição e com a sua boa conversa, é sempre um prazer escutá-lo e dialogar com ele, pois aprendemos sempre um pouco mais.
Eu, que gostei de ali estar com todos e pagaiar de K2 com a Anke, embora a fantasia que tinha é que eu iria de ter que puxar por ela, porque ela nunca tinha feito passeios com mais de 8 km num dia e como o passeio teve uns 25 km achei que estava tramado, mas enganei-me, revelou-se uma boa canoísta e atinou de imediato com o ritmo que um K2 exige, chegando ao fim do dia ainda cheia de genica para andar e experimentar os K1 todos. Não resisti também a experimentar todos os K1, embora tenha gostado de todos, adorei um em especial o Goltziana Piranha, máquina que já andava curioso de ensaiar á algum tempo e que ficou no goto, um bote que gostaria de ter, quem sabe um dia para aumentar a frota. Foi mais um dia muito bem passado dentro de água, com poucos mas bons Amigos da Pagaia.

2º Encontro Nacional dos Cee`Derados

Não posso deixar de aqui mencionar o 2º Encontro Nacional dos Cee`derados, que decorreu a 18 de Outubro. O Encontro começou em Constância, rodeados pelo Rio Zêzere e pelo Rio Tejo, com almoço no restaurante Trinca Fortes. Muita conversa, bom convívio, reencontrar velhos amigos e conhecer outros e respectivas famílias. Questionam vocês o que um encontro de carros tem a haver com este blog. Tem a haver pois não resistimos a andar dentro de água, não nos nossos tradicionais kayaks mas num barco em pleno rio Tejo.

É verdade eles têm bom gosto (todos tinham um Kia Cee`D) e ainda gostam de navegar. O percurso foi curto, decorreu entre a margem e o bonito castelo do Almourol, pois foi aí que fomos fazer a digestão e passear pelo castelo. Teve que ser o local eleito para a foto de família.

Ainda fomos até Vila Nova da Barquinha para o lanche já tardio e como não podia deixar de ser mais conversa e confraternização, sempre em fila com as nossas máquinas. Enfim um dia muito bem passado na companhia destes amigos Ceederados, aguardamos pelo 3º Encontro. Um site para visitar e ver belas e boas máquinas: http://www.createforum.com/ceederados/index.php?mforum=ceederados .

SoulWater