Passeio na Barragem de Fonte de Serne

Habitualmente é o SoulWater a fazer as partidas á família, mas desta vez foi ao contrário. O passeio combinado em família foi alterado á última da hora, devido a outras situações inadiáveis. Mas embora a família não pudesse ir em conjunto, deixar de ir para dentro de água é que não podia deixar de ser, se não o fizesse o resto da semana não correria bem de certeza. Proposto a ir sozinho eis que o grande amigo de águas RuiAlturas diz que também queria que a próxima semana lhe corresse bem e toca de irem os dois até Fonte de Serne. Atrasados como é habitual quando vamos os dois, lá nos pusemos a pagaiar invertendo a rota habitual, contornou-se toda a barragem e todos os seus braços pela margem esquerda do paredão. Esta é uma barragem habitual nos nossos treinos, mas até hoje nunca a tínhamos apanhado com tanta água, o que permitiu ir mais longe em todos os braços, perfazendo um total de 20 km realizados.


O dia estava com um sol radiante, o que contribuiu para aumentar o bronze nas zonas descobertas do corpo (há marcas que ficam todo o ano a praticar canoagem). Esta é uma barragem tipicamente do Litoral Alentejano com bastante vegetação a envolver-nos, desde sobreiros a eucaliptos, com bastante peixe sempre a saltar á nossa volta e com água de boa qualidade. As aves são uma constante, para além de um falcão peneireiro em voo muito razante junto de nós (o que não é habitual, pois voam sempre alto), as habituais garças e muitos corvos. O nosso ritmo a pagaiar é habitualmente rápido, mas decidimos aumentar o ritmo a papagaiar e diminuir o pagaiar, isto para variar. As nossas conversas são sempre muitos agradáveis e nunca ficamos sem assunto, parecemos dois compadres alentejanos que vão falando e cantarolando. Eis que numa das margens surge uma grande porca com os seus leitões, na hora da refeição destes, imagens que são boas para recordar e toca de tirar mais uns kilos de fotos.


Estava também na nossa hora de comer algo e toca de montar acampamento no areal habitual das refeições. Este local é muito aprazível, com bastante sombra e uma areia macia que permite sempre um momento de relax deitados nas toalhas, tipo lagartixas. É o momento da soneca dos alentejanos (embora nunca se durma mesmo), mas é sempre bom estendermo-nos. Mais umas boas fotos e toca de nos enfiarmos nos botes pois ainda faltavam alguns km. Mantivemos sempre um ritmo calmo (estamos no alentejo, devagar, devagarinho e parados). Mais conversa, mais gargalhadas, mais fotos e estamos perto do fim, mas como soube a pouco toca de dar mais uma volta á bacia central do paredão. Toca de carregar o material e parar em S. Domingos para beber a bujeca habitual do final do dia e conversar mais um pouco. Toca de regressar e descarregar (é o trabalho deste prazer). Estava assim terminado mais um dia de passeio e convívio marítimo destes amigos alentejanos.

SoulWater

Vela Caseira para K2 Berlengas

Como o prometido é devido, aqui está ela, a nova vela para o Nelo Berlengas.
Desta vez já não havia tantos restos que fossem úteis para a confecção e lá teve que se gastar umas coroas, mesmo assim ficou barata, 22 € nos materiais em falta, bem longe dos valores das velas comercializadas. Optámos por experimentar diferentes materiais, mantendo-se a mesma configuração e métodos de construção (não se mexe em equipa que provou ser vencedora), demorando a confecção cerca de 5 horas. Compraram-se peças em T de cobre (utilizadas nas instalações de gás), tubos também em cobre, o elástico e a corda. O resto foi da recolha caseira, o pano é agora de um ex-cortinado de banheira, um tubo de borracha de carro, os parafusos porcas e anilhas, costura a fio de pesca, ganchos e um fecho de plástico, fita da velha mochila, fita isoladora e tubo de isolamento das canalizações. Postos os ingredientes mexeu-se bem o tacho e eis o repasto que deu:

Após a montagem no Berlengas, verificamos que assentava que nem uma luva. Mas devido a ter-se aumentado o tamanho em altura, quando se recolhe a vela esta fica muito por cima do poço do kayakista da frente, que será o manobrador da dita, bem como do leme, deixando que o kayakista de trás possa pagaiar e assim contribuir para o aumento da velocidade. Para que a receita fique comprovada, falta agora juntar a água ao tacho, mexê-la dentro de água com um bom vento, algo que será feito neste fim de semana na Barragem do Alvito, caso o vento lá sopre como é hábito. E não (como já me disse um Amigo da Pagaia), não nos vão ver num futuro a fabricar kayaks (talvez só um k2 em madeira), mas estaremos disponíveis para fazer a vela para o teu. LOL

Grandes Amigos de Águas

Depois de alguma escrita já aqui lançada, existe um tema muito importante que não poderei deixar de rascunhar, talvez um dos temas de grande importância na vida de todos. Os Grandes Amigos, aqueles verdadeiros Amigos que contamos sempre.
Conto com alguns e bons, mas não vou falar de todos, apenas dos Grandes Amigos de Águas. Recentemente tenho vindo a conhecer vários Amigos da Pagaia, que até agora têm revelado um bom espírito e companheirismo, mas são como disse recentes e ainda não houve tempo para aprofundar e estreitar relações extremamente fortes, embora já se tenham tornado importantes para mim ao ponto de aqui os mencionar. São “relações afectivas em construção” como costumo descrever a relação entre pessoas que ainda se vão conhecendo.
Mantenho relações há vários anos com estes Amigos de Águas de que vos pretendo falar, sendo eles quatro, que vos passo a descrever. Ao primeiro quero agradecer o ter-me picado para estas coisas da canoagem e kayaks, sendo ele o responsável por este meu vício tão saudável, o meu Amigo Francisco de Arcos de Valdevez, que em 2003 me enfiou dentro dos seus kayaks (Sipre Murano M e Sipre Big Sea I) e me fez descobrir mais um grande prazer desta vida, nomeadamente em belas águas do Minho. Embora longe sei que poderei contar com ele e que os encontros têm sido mais fora de água do que dentro, mas a vida não permite algumas coisas realizarem-se com mais frequência.


O segundo é muito parecido comigo, daí o considere como um irmão e a amizade que nos une é extremamente forte, para além dos laços familiares que construímos. Falo do meu Compadre Paulo Quintas de Arcos de Valdevez (excelente terra, tem Homens de boa cepa), que embora muito longe fazemos por nos encontrar todos os anos e por partilharmos muitos bons momentos juntos. Temos pena de não vivermos mais próximos um do outro, pois temos consciência que seria bom para ambos, mas também que seria sempre loucura demais. O meu parceiro de Canyonning e de kayaks em várias vertentes, na turística e nas águas bravas, aliás foi com ele que me iniciei em águas mais correntes e que partilhamos momentos de adrenalina pura e até de alguma inconsciência nas mesmas, mas somos os dois assim. Vivemos intensamente e depressa, e desta forma os riscos são secundários (a idade não nos tem acalmado).


O terceiro, mas não menos importante (aliás a ordem aqui nem existe, pois todos são verdadeiros Amigos e muito importantes) trata-se do meu Grande Amigo Alentejano Rui Nunes (e olhem que é mesmo grande), parceiro até hoje de maior número de águas partilhadas conjuntamente. Aquele Amigo que podemos contar para ir sempre para dentro de água, tal como para qualquer outra coisa que seja preciso, é dos que “despe a camisola” para me dar se for preciso.
Temos passado por diversas situações diferentes juntos e em todas elas revelou-se um companheiro como até hoje não encontrei muitos, o seu excelente espírito e capacidade para partilhar bons e menos bons momentos é indescritível, só se percebe bem quando temos realmente um Amigo assim.


Por fim, alguém de quem não vou escrever muito, pois ela sabe muito bem tudo o que sinto por ela (e olhem que são muitos os sentimentos), a minha companheira de vida e agora também de águas, a Cristina. Que cada vez mais faz um esforço para me acompanhar nos muitos Km que gosto de fazer num dia e pelo gosto que tem vindo a desenvolver por pagaiar. Julgo que basta dizer que esta vida sem ela não faria muito sentido, com ou sem água. A minha Grande e maior Amiga.


Espero que os meus outros verdadeiros Amigos não levem a mal por não os mencionar, mas aqui a especificidade são os Amigos de Águas. Bem, os outros verdadeiros Amigos também sabem o quanto são especiais, pois faço por lhes demonstrar e para assim se sentirem. Um muito obrigado a estes por serem meus Amigos e gostaria de lhes dizer para terminar, que sem eles não seria assim tão feliz.

SoulWater

Passeio em Família - Barragem Morgavel

Algumas das fotos tiradas a 14 de Outubro de 2007 na Barragem do Morgavel, local de ensaio de todas as inovações no Nelo Berlengas e de confirmação de que temos um K2,5 a preço de um K2.

A paisagem tipicamente do litoral alentejano, com bastante sol e temperatura agradável, com cheiro a mar (pois este está muito perto), com águas calmas durante o dia, mas com pequena ondulação no final da tarde, criada por algum vento que surgiu.

Para além dos habituais saltos de peixes em nosso redor, foi possível avistar vários tipos de aves, entre as quais destacamos um abutre e algumas garças.

Depois de 90 fotos tiradas e um bom lanche com brincadeiras á mistura, o dia terminou com um banho do SoulWater sob os olhares da família, apelidando-o de doido pois a trovoada tinha começado a surgir, algumas gotas de água a cair, céu escurecido e arco-íris presente, mas é nesta altura que a água se encontra mais apetecível e nos dá aquela vontade de mergulhar.

No meio disto tudo o mais importante foi ser mais uma tarde bem passado dentro de água e com a natureza, permitindo-nos gozar e saborear a presença de toda a família.


Fotos
http://picasaweb.google.com/soulwateri/BarragemMorgavel

Passeio de Alentejanos ao Alqueva

É verdade sim senhor, os alentejanos saíram dos seus montes típicos, vindos de várias zonas alentejanas, para se juntarem no oceano bem plantado no interior deste profundo Alentejo. Foi a setembro, a dia 22, decorria o bendito ano de 2007 e eles lá partiram de Santiago do Cacém (Soulwater e RuiAlturas), de Estremoz (Matos) e de Reguengos de Monsaraz (Farófia) e houve um da Amareleja que ficou dormindo debaixo do chaparro e apareceu (Morgado). Como bons alentejanos chegaram todos atrasados, mas como povo unido que são encontraram-se sem querer todos á mesma hora numa rotunda de Reguengos, com 30 minutos de atraso (é a tolerância habitual para matar o bicho). Parecia uma reunião de agricultores carregando fardos de palha nos seus tractores, os compadres nativos até olhavam de lado para aquela manifestação que começara tão cedo (eram ainda 10.30h. da manhã). Lá tomaram a direcção do mar e aquando lá chegaram ficaram abismados a olhar para aquela imensidão, desconfiando se os seus fardos de palha não se iriam afundar em tanta água (havia a esperança que houvesse por lá umas pipas flutuantes com lastro de Reguengos, para ajudar na coisa).

Uns despiram-se (preciam que iam ao banho anual), outros vestiram a samarra (sempre ajudava a flutuar, caso a palha mete-se água), e lá partiram entoando cânticos alentejanos por aquelas águas adentro.

Havia um deles que tinha um fardo de palha novo, ia a banhos pela primeira vez, mas lá se ajeitou bem, pois este povo está habituado a passar por dificuldades e a dar a volta a tudo.Lá seguiram juntinhos, pois povo unido jamais será vencido, por aquelas águas deleitando-se com o campo que os rodeava. Aquando avistaram as primeiras árvores, lançaram os fardo de palha com uma velocidade, que até parecia que se iam deitar debaixo delas, só o fizeram porque havia água por baixo.

E queriam sair de lá, só quando pensaram que mais á frente podia haver uns chaparros sem água por baixo e talvez algumas daquelas pipas, é que de lá partiram. E lá continuaram unidos entoando a grande vila morena, fosse aparecer a GNR, pois como cantavam alentejano os guardas os multariam por andar a poluir a água com tanta palha, pois a terra é de quem a trabalha.
Homens do campo habituados a trabalhar duro, pouco habituados a estas coisas de tanta água (só mexem nela pra rega), tinham que parar para encher o bandulho pois isto de bater com cajados na água dá cá uma fome.

Lá comeram as suas buchas descansados debaixo de um chaparro, mas a porra das pipas não haviam meio de aparecer, e lá bebericaram uns sumos e água (havia lá muita). No fim dos cafés e dos bagaços, deitaram-se os quatro debaixo dos chaparros a dormir a sesta. Mas um deles acordou, quando no seu sono agitado rebolou monte abaixo (sonhava que tinha encontrado uma pipa e estava aflito para a pôr em cima da palha) e pisou bosta de vaca, desatou gritando e acordou os outros. Se havia bosta havia vacas, se havia vacas havia bois, e até havia ali uns fardos de palha vermelhos, já conseguiram ficar descansados na sesta e puseram-se a chapar naquelas águas a fora. Rumavam a norte de Monsaraz pelo braço á esquerda (tinha que ser pois são alentejanos), pararam a meio do percurso para trocarem de fardos de palha, isto de comer palha de diferentes zonas é mais saboroso e lá continuaram cantarolando por ali a fora.

Chegados ao fim do braço Esquerdo, cuscuvilharam todos os recantos e lá se puseram regressando, um pouco chateados, pois nada das prometidas pipas. Batiam com os cajados, olhavam uns para os outros e afinavam as melodias lentas dos cantares alentejanos (estes alentejanos são como as mulheres, zurzem muito), e muito perto do fim algo já cansados com tanta trabalheira, ainda tinham esperança que aparece-se um compadre daqueles latifundiários com um tractor grande, que pudesse carregar com eles e com os fardos de palha, mas como aquilo é um bocado pró deserto (tamos no Alentejo, recordou um deles), lá tiveram que bater os paus até ao fim. Aquando chegaram e depois de tanto zurzirem e suarem, lá tiveram que tomar o banho anual, pois se sabiam quando voltariam a ver tanta água.

Como bons alentejanos que são, carregaram os fardos de palha e rumaram para uma tasca perto, para beber uns bons canecos ( fossem os tractores ficarem sem gasóleo agrícola para a viagem). Na hora das despedidas venham de lá aqueles abraços e promessas de voltar a repetir, pois os compadres teimosos como são, não vão desistir de encontrar aquelas pipas de Reguengos. Lá regressaram aos alentejos profundos, recordando aquele oceano no Alentejo plantado.

Aquisição de Kayaks para a Família...Errando e Aprendendo

O nosso início nestas lides foi feito com uma aprendizagem solitária, concretizando algumas más opções, que se foram resolvendo com o tempo.
Achamos que a aquisição de um kayak, deve ser feita mediante os nossos objectivos de utilização, gostos e disponibilidade económica.
Não vamos aqui discutir se será melhor o plástico, a fibra ou o carbono, pois todos eles apresentam vantagens e desvantagens, mais uma vez é importante ter em conta a utilização a dar e a qualidade/preço.
Iniciámos com o plástico, comprando um usado K1 Boreal Baltic KT450 (de 4,50 mt), que se revelou um kayak muito estável, muito confortável , mas com grandes limitações na capacidade de carga.


Permitia percorrer distâncias razoáveis, mas sem uma velocidade de pasmar. Serviu para toda a família experimentar e ficou durante uns bons tempos. Com o objectivo de toda a família participar nesta actividade, decidiu-se comprar outro bote que permitisse a todos estarem dentro de água. Primeiro grande erro, optou-se por um insuflável novo da Sevylor, Canoe KCC335, que foi experimentado no Rio Mira em Vila Nova de Milfontes, onde se provou a má opção de compra.


Era estável, permitia levar dois adultos e uma criança e respectiva carga, mas não andava, mesmo a pagaiar na força máxima o arrasto era difícil, as águas escolhidas também não eram as mais indicadas para este tipo de bote, mas a decepção foi grande e uma semana depois estava a ser devolvido á loja, pois felizmente para nós tinha um ligeiro e quase imperceptível defeito numa costura, o que permitiu a troca. Entre ficar com um cheque valor a ser gasto na loja ou comprar outro kayak, optou-se pela compra de um Rotomod Solo Luxe Soleil (novo e em plástico).


O kayak mais confortável até hoje ensaiado, pois não tinha um banco mas sim uma poltrona, um poço de carga na popa enorme (onde ia a filha mais pequena e a carga), muito estável, mas devido á sua grande largura e curto comprimento (com 3,30 mt) não se igualava ao Boreal em andamento. Deu para o casal Water passear em conjunto e fazer algumas brincadeiras em barragens, rios e também no mar.
Tínhamos agora o Boreal e o Rotomod permitindo uma utilização alargada, mas não completa para a família.
Após ter experimentado kayaks de fibra e avaliando as suas capacidades em andamento, o SoulWater ficou entusiasmado, toca de vender o Rotomod e comprar um Goltziana Kitiwec (usado em fibra, com 5,36 mt).


Um kayak espectacular em qualquer situação, não primava pela estabilidade, tinha uma boa performance e era bastante manobrável, sendo um kayak que dava um enorme gozo no mar e a navegar com vento forte. Tinha como grandes defeitos as pequenas tampas dos poços de carga e uma entrada para o banco muito apertada, mas um casco excelente. Kayak que mais saudades deixa, pois fazia subir a adrenalina e aumentava o gozo de pagaiar no mar.
Mantínhamos o Boreal e agora o Goltziana. Inconformados com as capacidades de carga para fazer autonomias e na sequência de ter experimentado a fibra e a velocidade que esta proporciona, decidiu-se optar por um kayak que resolvesse este problema.
Vendeu-se o Boreal e comprou-se um Sipre Murano L (5,30mt), que permitia levar a pequena no poço traseiro e toda a carga necessária.


Outro kayak excelente, estável, com óptimo deslizamento e acabamentos, bom casco (apesar da fina espessura da fibra), confortável e manobrável.
Revelou-se uma boa opção. Tínhamos agora o Goltziana e o Sipre, continuando com o problema de levar os quatro elementos da família. Tinha chegado a altura de experimentar uma canoa, pensando em resolver este nosso problema. Vendeu-se o Goltziana e comprou-se uma canoa ACK Indy (em fibra, com 4 mt) com capacidade para três (colocamos um banco amovível entre os dois bancos de origem), indo o quarto elemento no Sipre.


Outro erro de opção, pois embora levando três pessoas o seu deslizamento carregado não era o melhor (era razoável), permitia fazer passeios de distâncias médias, pois tornava-se muito cansativo para distâncias maiores. Depois de se baixarem os bancos a sua estabilidade melhorou. Esta canoa tinha a vantagem de poder ser utilizada só por um (nesta situação até se deslocava razoavelmente bem), permitindo utilizá-la para a pesca em barragens e em rios, o que aconteceu algumas vezes. Mantínhamos o Sipre e a ACK.
Não estava ainda encontrada a situação ideal para a família toda. Pôs-se a ACK à venda e comprou-se o novo Nelo Berlengas.


Finalmente encontramos a situação ideal para este momento. O Sipre Murano serve para uma utilização individual, indo os outros três no Nelo Berlengas, que provou ser um kayak que permite bons passeios com três tripulantes.
Depois de tanta troca sentimo-nos satisfeitos com os botes actuais, que se vão manter por um bom tempo. Resta mencionar que tudo isto ocorreu desde 2004 até à presente data. Mas como o vício por kayaks é grande, equaciona-se a compra de um kayak de águas bravas, que permita esta actividade, mas também o fazer Kayaksurf, mas tal só acontecerá no início de 2008. Depois diremos qual foi a opção e esperamos não voltar a cometer tantos erros (já andamos a pedir conselhos a pessoal com experiência na área).


Também possuímos estes dois botes insufláveis para brincar com as crianças. Já se utilizaram a ser rebocados pelos k1, mas o atrito causado era grande e cansativo de serem puxados com carga durante muito tempo.
Esperamos que esta nossa experiência ajude quem quiser optar por fazer aquisições de Kayaks para a Família...não tendo que aprendendo, errando tanto.

Vela Caseira para Sipre Murano

Depois de vermos uns bons vídeos de kayaks á vela a deslizar a velocidades algo alucinantes, achamos que seria agradável experimentar essa sensação. O primeiro passo foi ver preços de velas diversas, mas após algumas consultas achamos que teríamos formas mais agradáveis de gastar tanto dinheiro (tal como um fim de semana, com boa cama e mesa numa boa pousada deste paisagístico Portugal). Restava outra opção, começar a procura pelo nosso monte alentejano de peças que nos ajudassem a construir algo parecido com uma vela. Como bichos recolectores que somos, com espaço para guardar tudo, começaram a surgir peças e a aumentar a imaginação e criatividade.

Correias de uma mochila velha com ganchos, dobradiças de uma cadeira de praia velha, um tubo de borracha do carro que tinha sido substituído, borracha da rota câmara de ar da bicicleta, dois varões das sobras da canalização nova de casa, o pano de um velho guarda sol de praia, 2 parafusos, 2 porcas e 2 anilhas dos montes que por aqui existem na garagem, tampões plásticos que sobraram não sabemos bem de onde (para pôr nos 4 topos dos 2 tubos de água), fio de nylon da pesca, agulha e dedal, cabo elástico que tinha sobrado da substituição dos cabos do ex-K1 Boreal Baltic, duas cordas da mesma linha de vida também substituída, uma anilha de porta chaves e finalmente um gancho de uma velha trela do cachorro.
Chegámos á conclusão que guardamos tanta porcaria! Será que iria sair alguma coisa disto tudo?
Bem mãos á obra, no vosso caso preparai a vista:


A base que assenta no casco e que se amarra com os ganchos na linha de vida do Sipre Murano.


O conjunto completo, multicolor para chamar a atenção. O elástico preto vai á proa,
é passado pela pega do kayak e vai ao outro tubo, devido a ser elástico permite baixa-la no nosso sentido aquando sentados no kayak. Largando a vela, esta sobe para a sua posição horizontal. O Cabo azul é passado na linha de vida de cada bordo, permitindo ao puxar cada cabo mudar a vela para a posição do vento e impede que esta dobre para a frente quando o vento é demais.


Imagem após a montagem. O pano que aqui vêem é o primeiro que foi montado, mas revelou-se pequeno, poderia ser maior pois ainda andava pouco. Toca de mudar o pano.
Felizmente havia outro guarda sol velho (tanto lixo).


Finalmente a vela actual. Melhorou em termos de velocidade, tornou-se mais difícil de manobrar quando existe muito vento, mas depois de navegar muito com ela, chegamos á conclusão que ainda poderia ter um pano maior (só para aumentar um pouco mais a velocidade e a adrenalina de a controlar e não ir ao charco).
Apesar de tantos restos utilizados, ficou provado que funciona na perfeição, a custo zero e permite obter outra e diferente experiência na canoagem.
Agora e após esta brincadeira, estamos a pensar fazer outra idêntica mas maior para o Nelo Berlengas, pois à MindWater agrada-lhe a ideia de fazer 40km por dia, mas só ter que pagaiar metade dos mesmos. Quando estiver prometemos mostrar-vos.

Melhorias no K2 Nelo Berlengas

Como mencionamos anteriormente compramos muito recentemente um K2 Nelo Berlengas. O objectivo desta compra foi o de passearmos em conjunto com alguma frequência, principalmente em águas mais calmas como rios e barragens (a MindWater só gosta de fazer praia no mar), pois já tínhamos experimentado durante algum tempo a utilização de K1 para cada um (Goltziana Kitiwek e Sipre Murano L), bem como uma Canoa Indy ACK para a família, mas estas opções não se vieram a revelar as ideais, pois os passeios eram muito curtos para o SoulWater.
Chegou então a altura de tentar um k2, que até se pudesse transformar num K2,5 ou seja para nós e para poder levar o resto da família. Connosco no k2 a filhota mais pequena (no poço de carga de popa) e a filha mais velha no Sipre Murano L. A procura de uma embarcação que servisse para estes fins, relevou-se limitada , quer pela oferta de K2 no mercado, quer pelo tamanho da nossa viatura para transportar os kayaks (o máximo seria 5,50mt de kayak). Foram equacionadas quatro marcas de kayaks e os seus vários modelos k2 em fibra, consultamos a Sipre, a Goltziana, a Élio e a Nelo.
Em diversos modelos deparámo-nos com o problema do comprimento, noutros com a curta dimensão do poço de carga de popa que carregasse a mais pequena. Somente dois botes se enquadravam nestas limitações o Sipre Dragonera ou o Nelo Berlengas (ambos a medirem cerca de 5,60mt). Os dois factores que influenciaram a decisão em qual deles investir, foram o poço de carga maior e o preço do Berlengas, embora a maior queda fosse pelo Dragonera para nos mantermos na marca, que até hoje já nos tinha dado provas de bons kayaks. Embora novo e com a melhor cor que existe (vermelho Ferrari), decidimos que teríamos que realizar algumas pequenas melhorias, que passados 5 dias (nos tempos livres) estavam concluídas. Antes de passar-mos á fase de vos mostrar o tunning realizado, queremos dizer-vos que o Nelo Berlengas deixou-nos satisfeitos (tendo em conta os nossos objectivos) na sua performance, estabilidade e capacidade de carga, provando-o no KayakTour no Gerês e cumprindo muito bem a obrigação de transportar os 2,5 lá dentro (ensaiado Domingo na Barragem do Morgavel). Como em tudo nesta vida existem críticas, os acabamentos não são os mais perfeitos e foi complicado montar os saiotes de origem nos arcos dos poços.



A experiência com dois, tendo depois entrado o terceiro. Fizeram-se uns 10 km para ver o comportamento e o aumento de peso, resultando a aprovação com distinção.


A colocação do nome em honra da Mindwater (já tínhamos o SoulWater) e o Símbolo dos Amigos da Pagaia, em cada bordo.


A tampa de rosca no poço de carga central, mais fácil para retirar pequenos objectos, sem ter que recorrer a uma tampa que não é prática na sua abertura.


A velha bússola, para nos perdermos por aí, pois com o GPS acabaria por ser só um a pagaiar.



O poço de carga de popa sem tampa, para levar o terceiro navegante. A tampa vem presa com as correias, bastou alterar a posição do fecho (com linha, dedal e agulha) e acrescentar uma esponja para maior conforto rabial, o encosto das costas relevou-se desnecessário, pois o colete serve essa função.



O leme não podia ser recolhido através de cabo (grande falha de origem). Furação do leme, passando um cabo pelo mesmo e por peça plástica colocada no topo do leme.


Cabo para subir e descer o leme, com respectiva roldana (coberta com caixa plástica), pega e peça de travamento. Esta é a posição do leme fora de água, permitindo a colocação do leme todo dentro de água ou somente a metade do mesmo dentro de água (marca branca).


Outras melhorias:
- Foram ainda retirados dois conjuntos de autocolantes com a marca (nelos a mais).
- Coladas duas esponjas nos bancos, para amortecer os ossos.
- Colocado um pequeno suporte em plástico por detrás do banco da frente para pendurar e segurar a bolsa de transporte de água.
- Substituição de dois elástico no casco por outros mais finos e alteração da passagem dos cabos de linha de vida, aproveitando os respectivos passadores de cabos em plástico para passar o cabo de recolha do leme.
- Pequena lixadela nos aros dos poços, para maior facilidade de colocação dos saiotes.
- Adaptação do P1 para utilizar no K1, ou no K2 ou ainda com ambos.
- Colocação de duas novas poleias forradas a esponja na garagem, para estacionar a máquina e corte da lona para cobertura desta.
Findas estas melhorias todas elas se relevaram úteis e de fácil concretização, sem grande custo financeiro e com o prazer conjunto de as realizar.

KayakTour no Gerês








No passado fim de semana de 5,6,7 de Outubro tivemos o prazer de pagaiar na serra mais bela de Portugal, a magnifica serra do Gerês. Foi um momento especial para ambos, primeiro porque permitiu-nos estar connosco mesmos (sem as filhas monopolizadoras da nossa atenção), segundo porque fomos comprar o nosso novo Nelo Berlengas K2 (que permitirá muitas saídas conjuntas para o futuro), terceiro porque tivemos o prazer de ter como excelente companhia vários Amigos da Pagaia (um grupo de novos amigos com quem é um deleito papagaiar) e em quarto lugar desfrutar disto tudo em locais paradísiacos no nosso favorito Minho (onde temos sempre passado alguns dias de férias nos últimos anos, com a companhia do nosso querido e amigo compadre Paulo Quintas). Foi uma experiência muito agradável pagaiar na Barragem da Caniçada, na Barragem de Salamonde, uma caminhada nocturna á Barragem de Vilarinho das Furnas e participar no 4º Aniversário dos Amigos da Pagaia (grupo que recomendamos a quem goste de navegar em águas e nas refeições).
A paisagem é fascinante e tranquilizadora, imponente e tentadora (a lá ficar-mos de vez), é bom sentirmo-nos pequenos naquela imensidão de verde e montanhas a perder de vista, dando realmente importância ao que é partilharmos estes momentos juntos nas nossas vidas.



Fotos http://picasaweb.google.com/soulwateri/BarragemCaniAda

http://picasaweb.google.com/soulwateri/BarragemSalamonde

Não percam nunca a ...


Não percam nunca a vontade de ser aquilo que são, tornem-se sempre naquilo que desejam ser. Sejam e vivam a vida como adultos, sempre com uma mente de eternos adolescentes.