Ainda Estamos Por Aqui

O tempo passa rapidamente e pouco falta para mais um ano terminar. A escrita por aqui tem sido pouca, mas os passeios têm sido realizados e apesar de este ano não ser o de maior número de idas para a água (por enquanto) a média não está má, em nove meses uma média de três passeios por mês. O maior número foi feito em barragens, num total de dezanove, em mar apenas dois passeios, em rios outros dois (um deles de águas bravas) e mais 4 em lagoas. Em muito maior número são os km feitos de carro para chegar a todos estes locais, mas quem conduz para pagaiar com gosto, não se cansa. Continuando com números, foi também este ano que ultrapassei os 3.000 km feitos de kayak dentro de águas, desde que me iniciei na paixão de kayakar em 2004. Começamos este blogue em Outubro de 2007 e um ano depois decidimos colocar um contador de visitas, pois queriamos ter a noção se valeria a pena manter este espaço e se o mesmo interessaria a alguém. Muitas vezes não fomos tendo tempo para mantê-lo convenientemente actualizado e como a nossa disponibilidade não se alterou, caso não houvesse interesse nele iriamos encerrá-lo. Durante o último ano o número de visitas a este nosso e vosso blogue ultrapassou as cinco mil visualizações, o que nos leva a considerar que esta é uma média aceitável para quem praticamente só aborda a temática da canoagem de turismo. Esta visitação significa para nós que este blogue tem alguma utilidade e que o interesse pela canoagem existe e vai de vento em popa, portanto enquanto conseguirmos vamos manter esta página activa, embora conscientes das nossas limitações de tempo. Agradecemos o vosso interesse e ficamos satisfeitos por ter utilidade, convidando quem desejar participar na escrita por aqui a fazê-lo, pois com a vossa participação este espaço ficará mais rico e diversificado.
Por falar em vento é algo que temos aproveitado ultimamente com o kayakmaran, uma nova experiência que tenho apreciado e a MindWater ainda mais. Para poder navegar individualmente com os K1 de competição que constituem o kayakmaran fiz dois flutuadores em fibra de vidro, de encaixe lateral para os botes, o que nos permite andar com eles individualmente, agora sem tomar banhos forçados. Já ensaiamos a coisa e resultou, agora com os flutuadores mantêm-se direitos na água, embora exista um pequeno atrito com os dois flutuadores os botes deslizam com bastante velocidade. Ainda não houve tempo para pegar no Sipre USA e terminar a sua reconstrução, mas agora com a aproximação do inverno terei mais tempo para concluir mais esta bricolage. Para além de lhe querer fazer o que já fiz nos outros k1 de competição, neste vou inventar mais uma coisita, que será alargar-lhe o casco somente a meio para que a estabilidade exista e possibilite uma navegação mais tranquila e com menor esforço de equilíbrio. Para o inverno também existe o projecto de construção de um kayak de mar em madeira, algo já apalavrado com o Steve Potter, um carpinteiro náutico disposto a ajudar-me e a ensinar-me muita coisa na construção de kayaks de madeira. Sem a sua ajuda não me aventuraria sozinho, pelo menos para já em tal projecto. Vamos ver como a vida corre e economizar uns €€€ para o material e arranjar disponibilidade para a sua construção. Dos diversos passeios dados ao longo do ano muitas histórias, diversões, situações e episódios poderiam ser relatados, mas como não fomos fazendo as descrições na sequência dos mesmos, agora já não faz muito sentido bater teclas sobre estes.
Apenas queremos destacar o último passeio, o 6º Aniversário dos Amigos da Pagaia, realizado em 3, 4 e 5 de Outubro na Barragem do Maranhão. Mais um aniversário que decorreu dentro do nosso habitual espírito de grupo, com um elevado número de participantes, com destaque para os novos elementos que integraram ultimamente os AP´s. Grande convívio dentro e fora de água, comemoração de 2 aniversários (o dos AP´s e de uma querida kayakista), muita comida e diversão pautaram os 3 dias de festa. Um grupo de amigos com paixão pela água e pelos kayaks, que continua a aumentar os seus elementos e muito tem feito pela canoagem de turismo em Portugal. Parabéns a todos os Amigos da Pagaia.

Vela para o Kayakmaran

Comprovada a navegabilidade e a eficácia do kayakmaran Nelo faltava mais um extra para continuar a sua personalização, a vela. Ideias de como ela poderia ser eram várias, a maior dificuldade consistia em idealizar a peça principal de união, pois o objectivo era que a vela fosse completamente desmontável dos kayaks, mas também que quando montada se pudesse elevar e baixar. Decidi fazer uma vela triangular, pois iria facilitar-me muito mais o trabalho. Quase na base do mastro fiz e rebitei uma chapa de alumínio em U, onde seria montada a retranca e onde também amarraria um dos cantos da base da vela. Esta peça permite juntar/afastar a retranca ao mastro, para poder baixar/elevar a vela.
No topo do mastro coloquei um tampão plástico utilizado nos sistemas de rega, que depois de furado permite fixar o topo do pano da vela e segurar os cabos que vão á popa e á proa. Os cabos de popa são em cordão, para dar consistência ao mastro e os cabos da proa são elásticos, para permitir baixar a vela e para a mesma se elevar sozinha. Na ponta dos cabos montei uns fechos de mola para prender os cabos nas pegas de transporte dos kayaks, sendo rápida a sua montagem. No topo da retranca, montei um tampão de canalização em plástico, que depois de furado levou o cabo para a rotação do mastro e também serve para a fixação de mais um canto do pano da vela. Para fixar o cabo da retranca no kayak utilizei um fecho em plástico aparafusado ao casco, que é prático para prender e soltar o cabo e assim proceder á rotação da vela. A peça de rotação e fixação do mastro é uma união daquelas plataformas flutuantes que encontramos em muitas barragens. Na sua rosca foi feito um furo para entrar na travessa de união dos kayaks e a porca faz o aperto à travessa. No interior da peça foi montado um rolamento blindado que depois de ser bem fixado pelo seu exterior, levou o mastro pelo seu interior. Não foi fácil arranjar este rolamento, pois tinha que ter a dimensão exterior da peça plástica e a dimensão interior do tubo do mastro. Depois de fixar o rolamento e o mastro, enchi todo o interior com massa consistente, fiz uma chapa para proteger o conteúdo e depois enchi a restante parte com cola de pistola, tudo isto com o objectivo de proteger o mais possível a vida útil do rolamento e dar mais consistência ao conjunto. Desta forma a vela pode rodar 360º e apesar da dimensão ficou um conjunto leve.
Na travessa de união dos kayaks foram também montadas duas peças plásticas para impedir que a base da vela oscilasse. Ao baixar a vela a ponta do mastro apoia na travessa traseira de união dos kayaks e para amarrar a retranca ao mastro foi cozido um fecho de velcro duplo. A ideia resultou, para além da leveza da rotação, o peso é baixo e o aspecto visual não é mau, tendo alcançado o objectivo de facilmente se montar e desmontar tudo. A Altura do mastro é de 2.30mt e a retranca tem apenas 1.20mt, pois para a rodar tem que ser passada em frente dos canoístas e portanto não poderia ser maior. O ensaio a seco permitiu ver o bom funcionamento do conjunto, faltava testar na água.
O dia possível para o ensaio não foi o melhor, pois o vento não se fez sentir muito forte, não permitindo ver a velocidade máxima do kayakmaran, mas mesmo assim velejamos a uma velocidade maior do que a remar, confirmando a estabilidade da vela e dos kayaks. Aguardamos agora um dia com bastante vento e que haja disponibilidade para ir para a água para ensaiar a coisa no limite. Este projecto para estar concluído falta-lhe apenas mais um extra que não é fundamental (embora haja para aí um amigo que ainda gostava de inventar mais uns acessórios), é mesmo por carolice, falta fazer uma plataforma entre os kayaks que nos permita lá deitarmo-nos ao sol, dar uns mergulhos, ou levar lá uma criança ou carga. Ainda ando a equacionar quais os melhores materiais a utilizar, pois terá que ser uma plataforma rígida, leve e facilmente montável/desmontável. Haja agora vento e tempo para molhar muitas vezes este bote, senão único, pelo menos invulgar.

Brevemente vou pegar no Sipre USA e começarei a sua transformação, já lhe pus uma quilha e um estabilizador, mas mesmo assim é impossível andar com ele em turismo (só anda quando pagaiamos, ao parar é banho quase sempre), por isso vou alargar-lhe o fundo para ganhar mais estabilidade, mais umas quantas invenções e julgo que o poderei utilizar em turismo. Lá para o fim do Verão devo acabá-lo.

Nelo Kayakmaran

Finalmente foi concluída com sucesso a fase mais trabalhosa deste projecto Kayakmaran. O Nelo Factor 3 em carbono que já cá estava à um ano, sofreu duas ligeiras alterações no casco, onde foram inseridas as duas peças de fixação dos tubos de união dos kayaks, pintura das mesmas e do casco envolvente. O Nelo USA de fibra deu muito mais trabalho, pois o seu estado era miserável, houve até quem me dissesse que devia deitá-lo fora e que não acreditava na sua recuperação. Este era o estado inicial:
Nem mostro mais fotos, para que não se assustem ainda mais, mas realmente o seu estado era péssimo e até eu em determinada altura duvidei que fizesse algo de jeito daquilo. Mas não desisti e fui trabalhando com o objectivo de ter o meu kayakmaran. Comecei por arrancar toda a fibra que lhe colaram para tapar os buracos (e grandes crateras ficaram a descoberto), depois lixei todo o casco e iniciei a tapagem de buracos e crateras. Utilizei três tipos de fibra de vidro, a mais usual com a malha e a fibra líquida/secante, a fibra em pasta e por fim massa de fibra. Muito pó branco cobriu todo o meu estaleiro, mas todos os buracos e crateras ficaram tapados e lisos. Como todos os kayaks de competição, este também não possuía divisórias estanques, então lá fiz o molde e a peça em fibra, fixando-a depois no casco (atrás do local do banco) com malha e fibra líquida. Estava criado o poço estanque e o compartimento de carga de popa. Na proa optei por colocar um insuflável. Poupado como sou, lá utilizei uma almofada de um colchão de praia. Este K1 numa utilização individual também nunca mais irá ao fundo e como kayakmaran ir ao fundo é coisa praticamente impossível de acontecer. No casco da popa marquei o local da tampa de carga e toca de recortar a fibra e fazer os buracos dos parafusos. O bocado de fibra daí retirado deu para tapar o bocado que lhe faltava na popa do casco, como mostra a foto de cima. A gola do poço estava toda partida aos bocados e impossível de aproveitar, optei por cortá-la toda fora, depois pensaria como fazer uma nova ou caso não conseguisse fazê-la ficava sem gola para o saiote, aquela é que não podia lá ficar. Como também gostaria de ter uns elástico no casco, fiz 6 peças em fibra para passagem de elásticos, duas na proa para pôr elástico e passar o Leash do remo (assim não perdemos os remos) e quatro atrás para pôr elásticos para levar carga.
Esta opção deu mais trabalho, pois coloquei no meio da fibra um tubo de plástico, para evitar o desgaste da fibra. Devido à dificuldade de arranjar as peças de plástico e de não gostar da ideia de ter mais furos no kayak, pus a cabeça a funcionar e arranjei esta solução, que foi mais trabalhosa mas que fica muito bem enquadrada no casco. Como o leme do Nelo Factor 3 é pequeno e poderia não ter capacidade para manobrar o kayakmaran, optei por furar o USA (que não trazia leme) e colocar-lhe um tubo para no futuro poder levar um leme de mar grande, o qual ficou tapado com uma tampa de plástico. Foi um trabalho que agora sei que foi desnecessário, mas já lá está e um dia poderei sempre utilizá-lo e colocar também neste kayak um leme. Como é lógico nesta história de kayakmaran somente um kayak deve ter o leme a trabalhar, pois se houvessem dois lemes dentro de água e os kayakistas entrassem em conflito e cada um quisesse ir para seu lado era complicado de navegar a coisa. Assim somente um manda na direcção e já não há discussão. Como o Nelo USA não trazia banco (e mesmo que trouxesse o banco de competição, este seria para tirar), fiz uma base direita para colocar o futuro banco. Esta base tem uma trave a meio por baixo para apoio no fundo do kayak e apoia também nas paredes laterais do casco. Esta base era para ser feita em fibra de vidro, mas depois optei por fazê-la naquele vidro em plástico inquebrável, pois tinha algum cá por casa.
Foi também nesse material que fiz a quilha e o estabilizador da popa, que tem três ferros embutidos no casco e na quilha, tendo a mesma sido colada com araldite e com reforço lateral em fibra de vidro. A quilha e o estabilizador passaram a fazer parte do casco e tal é a sua fixação que muito dificilmente dali sairão (as pancadas que vão dar no fundo de vez em quando vão comprova-lo). Quanto ao banco a opção foi igual ao que já tinha feito no Nelo Factor 3, uma capa auto em pele transformada e cozida á medida do poço, que já se tinha comprovado ser muito eficaz e confortável. O banco fica preso á base do fundo por uma cinta com peças de encaixe em plástico nas pontas, assim não cai quando vai invertido em cima do carro e facilmente se tira se for preciso limpar. Um banco tipo sit-on-top custa 40€ e este banco ficou em 7,50€. Vivemos em tempos de crise e temos que ser poupadinhos e idiotas. O bote também não trazia poisa pés (trazia somente os apoios de fixação para o mesmo), lá tive que fazer um em madeira marítima com os respectivos parafusos de fixação que pintei de preto para se enquadrar com todo o interior, pois todo o interior foi também pintado de preto. Ainda no interior superior do casco, coloquei quatro travessas em fibra, para reforçar o casco nas zonas onde depois fiz as peças que suportariam os tubos de ligação dos dois kayaks entre si. Fiz uma peça destas á proa e outra á popa (bem como outras duas no Factor 3). No centro existe um tubo de alumínio e a envolvê-lo é tudo em fibra, que fica fixa no casco dando uma excelente rigidez. No topo de uma das pontas da peça foi colocado um tubo em plástico, onde depois encaixa um pequeno ferro (que optei por serem uns rebites inteiros) para manter os tubos de ligação fixos e os kayaks não se separarem.
Ao retirar estes rebites, podemos retirar os tubos de ligação e temos sempre dois kayaks para uso individual (para quem se conseguir aguentar dentro deles). Os tubos de ligação são em alumínio e estão envolvidos com manga retráctil. Nos topos dos tubos foram colocados borrachas. Quando os tubos estão encaixados, nem se vê o alumínio. Depois de várias pesquisas na net de como fazer a fixação dos dois kayaks, tive como primeira opção copiar e fazer umas peças que vi num site australiano, mas essas peças eram para ser utilizados em kayaks de mar que têm um casco mais largo e portanto davam mais apoio e travamento, mas com os k1 de competição achei que tal não resultaria devia á pequena largura do casco á proa e inventei este sistema, que já confirmei ser o ideal e perfeito, pois os kayaks não têm oscilação a navegar, mantendo-se como se de uma peça única se tratasse. Por outro lado tinha que ter um sistema que permitisse separar os kayaks, quer para permitir uma utilização individual dos mesmos, quer para os poder transportar, pois quando estão unidos excedem em muito a largura de um carro e eu não quero comprar mais painéis P1, pois já me chega aquela coisa aberrante a que chamam P2. No estremo da proa e da popa foram feitos dois furos de lado a lado no casco, onde depois colei um tubo de plástico por dentro dos furos, para poder passar um cordão/pega que serve para amarração da proa e da popa ao carro para o transporte do mesmo e também para o transporte dos kayaks por duas pessoas. Para o final deixei uma das operações mais delicadas, a gola para colocação do saiote. Como iria fazer aquela coisa sem molde? Depois de muito pensar e de analisar vários materiais, resolvi fazer em fibra de vidro. Coloquei barro a toda a volta do poço, para nivelar o estremo da gola, deixei o barro secar um bocado, sem ser completamente (senão teria que andar á martelada para o tirar) e coloquei a tal malha e fibra de vidro líquida a várias camadas. Safei-me bem, não ficou liso como de origem (pois fazer com moldes é outra coisa), mas tenho ali uma gola resistente e funcional, que superou em muito aquilo que eu tinha pensado que sairia. Depois de mais retoque aqui e outro acolá, passei á pintura, que foi feita da mesma cor que já tinha o parceiro Nelo Factor 3, em preto e amarelo para que o nome de baptismo inicial continuasse a linhagem. Após as pinturas foram colocados os elásticos e a tampa de carga, que levou silicone e respectivos parafusos/anilhas/porcas. Por fim coloquei uma borracha autocolante na união dos cascos superior/inferior, que já tinha sido reforçada a fibra. Foi assim que ficou depois de pronto, nem parece que é o das fotos de cima:
Julgo que mencionei as operações mais importantes, poderá haver um ou outro pormenor que me esteja a esquecer, mas também não quero maçar mais, pois longo já vai este texto, mas acreditem que muito mais longo foi a trabalheira que tive para chegar a esta parte. É que ainda faltam mais duas coisas para o Kayakmaran estar completo, uma será a colocação de uma rede ou plataforma rígida entre os kayaks para levar carga ou deitarmo-nos ao sol e a outra será a vela de grande dimensão que irei pôr no bicho. A peça para a base do tubo da vela já está a ser trabalhada e o resto a seu tempo ficará feito. E será que depois de tanto trabalho a coisa resulta ou isto foi trabalho para aquecer? Esta coisa do Kayakmaran valerá a pena? Vejam vocês mesmo o resultado.
Pois bem, a prova de mar (ou antes a prova em barragem) foi feita no dia 13 de Junho com a MindWater e ambos ficámos muito satisfeitos e felizes com o resultado final. Todos os objectivos iniciais foram cumpridos e as expectativas foram superadas. O conjunto navega sólido e sem ter oscilações, vamos muito confortáveis, é uma embarcação muito rápida (mais rápida do que o nosso Nelo Berlengas), o esforço a remar embora diferente do pagaiar pareceu-nos menor, a estabilidade dá para fazer quase tudo (literalmente dá para nos amandarmos lá para dentro e irmos aos poços de carga buscar o que necessitarmos, mesmo em andamento), vamos lado a lado um com o outro, o que permite ir numa conversa olhos nos olhos e até dá para namorar (mais só com a base a meio), permitindo ainda ser navegado apenas e só por um desde que este vá no kayak que tem o leme. A capacidade de manobra é mais reduzida do que num K2 tradicional, pois o conjunto demora mais a fazer por exemplo uma inversão (o que é normal tendo em conta a largura do conjunto), mas tal também se deve a estarmos a utilizar um pequenito leme de competição, mas que chega para termos uma manobralidade suficiente, servindo para compensar diferenças na remada e manter a rota traçada. Chega para fazer com segurança as atracagens e para nos desviarmos muito bem daqueles obstáculos visíveis. Tem a desvantagem de termos que transportar dois kayaks (e respectivas amarrações) em vez de um único K2, mas por outro lado cumpre as dimensões de transporte para a maioria dos carros, coisa que na maior parte dos k2 não acontece. Por outro lado concretizei com sucesso o objectivo da kayakadaÓpancada deste ano e de termos um embarcação diferente e talvez até única por estes lados. Como se costuma dizer cada maluco a sua pancada. Agora se já estamos satisfeitos com a rapidez do kayakmaran imaginem quando ele tiver uma vela triangular entre os 2.50 a 3 metros, o que a coisa vai andar e nós pouco remar.Depois de concluir por completo o kayakmaran, ainda terei que pegar no Sipre USA e trabalhar um pouco mais para o poder chamar de kayak (embora esteja muito melhor do que estava o Nelo USA), mas com a experiência e conhecimentos adquiridos já não será muito difícil de pô-lo a navegar. Mas depois disto também vos digo que não reparo mais nenhum, a única possibilidade que ainda deixo em aberto é de fazer um kayak em madeira (lá para a minha reforma). Apesar deste longo trabalho, as idas para águas também têm acontecido, mas essas descreverei noutro texto. Se este K2 vos agradar e caso desejem fazer também um (há malucos para tudo), podem dispor da minha ajuda. Mais fotos em http://picasaweb.google.com/soulwateri . Aproveitem bem a Vida e Boas Pagaiadas.

A KayakadaÓpancada de 2009

A vida pessoal e profissional neste ano de 2009 não tem proporcionado as idas para águas desejadas. Já decorreram alguns passeios que gostaria de ter participado, mas infelizmente tive que ficar a seco. Apesar das diversas circunstâncias ainda não houve mês que não molhasse os botes. Em Janeiro fiz sozinho um passeio na Barragem de Fonte de Serne e outro na Lagoa de Albufeira com os Amigos da Pagaia. Em Fevereiro uma ida á Lagoa de Santo André, que para além de um bom passeio deu também para umas excelentes fotos. Em Março, nova ida á Lagoa de Santo André acompanhado com quatro Amigos da Pagaia, com os quais fizemos depois uma grelhada no monte alentejano.

Ainda em Março, decorreu em Évora o 3º Encontro Nacional dos Ceederados, onde o número de amigos com Kia Cee´d aumentou bastante relativamente aos outros encontros e foi mais um dia muito bem passado com velhos e novos amigos ceederados.

O Motocross também não foi esquecido e já fiz três passeios este ano, sempre aqui por perto nos montes alentejanos. Em Abril, apenas uma ida á Barragem do Morgavel, para relaxar e fotografar. Até agora tem sido um ano fraco e com poucas pagaiadelas, tenho que inverter a coisa. No dia 1 de Maio comecei a investir num novo projecto e lá fui fazer mais uma aquisição de um K1 de competição. Apesar de ir comprar apenas um kayak, acabei por trazer dois (um Nelo USA e um Sipre USA ligeiros), ambos pela exorbitante quantia de 50€. O estado dos botes não é lá muito bom e darão muito trabalho para os deixar como novos, mas não é nada que não se faça, haja tempo e mais uns € para investir nos diversos materiais necessários. Este projecto já existe em mente á mais de um ano, mas tem sido adiado devido a outras coisas mais importantes, mas finalmente vou-me lançar a fazer o meu catamaran especial. Cada um de nós tem as suas pancadas e a minha última relacionada com a canoagem passa por fazer um catamaran utilizando dois kayaks de competição. O Nelo Factor 3 já cá estava no monte, já tendo sofrido á uns tempos transformações para permitir o turismo (já por aqui documentadas). Agora o Nelo USA também sofrerá algumas alterações para se assemelhar ao outro nélito e formarem o par. O projecto decorrerá em várias fases, onde começarei pela transformação do K1, que passará por lixar todo o casco, fibrar algumas zonas, fazer uma divisória traseira, bóia insuflável á frente, fazer o apoio para um banco novo e confortável, tampa de carga, elásticos de carga, fazer um poisa pés novo, pintura e algumas coisitas mais. O mesmo género de trabalho será feito no Sipre USA, que ficará para uma utilização individual em passeios de um dia e para dispor de mais um bote para os amigos. A segunda fase será a de trabalhar as duas uniões entre os kayaks, que serão amovíveis para facilitar o transporte e permitir também que naveguem isoladamente. A terceira fase será pôr o(s) bote(s) na água e avaliar o resultado final. Fantasio que a coisa vai andar depressa devido á linha dos cascos que os K1 de competição têm e também ao seu baixo peso. Uma coisa é certa, não se vão voltar facilmente como acontece quando estão separados. Depois verei se vou comprar dois remos ou fazê-los eu mesmo. Para vos dar uma ideia, será uma coisa parecida com a foto seguinte, mas com kayaks de competição.

A quarta fase será a construção e fixação de uma vela para o catamaran, pois as energias renováveis estão na moda e eu sempre gostei de velejar (será a terceira vela que vou fazer, mas esta será bem grande em relação ás outras). Poderei ainda acrescentar uma quinta fase, que será a construção de uma base entre os kayaks (suportada pelas uniões) para levar uma criança ou carga e ou simplesmente lá nos deitar-mos ao sol. Tal ideia só verá a luz do dia após a confirmação das qualidades de navegação do catamaran. Agora que os botes já estão no estaleiro prontos para as modificações, chegou a altura de começar a comprar os materiais necessários para concretizar o projecto “catamaran alentejanoÓlisboeta” LoL. Tal como fiz com o Nelo Factor 3, irei documentando as várias fases para depois as partilhar convosco, a ver se mais alguém terá também a pancada de ter um K2 diferente do habitual. Bons passeios e melhores Pagaiadas.

Passeio na Lagoa de Albufeira

A entrada na água em 2009 começou com um treino na Barragem de Fonte de Serne, perto de casa e sozinho com a natureza, um início de águas relaxante, a pagaiar e a fotografar. Mas como é muito bom ir acompanhado resolvi participar no 1º Passeio de kayak do CCA (Clube de Canoagem da Amora), realizado no dia 11 de Janeiro. Como o passeio foi divulgado nos Amigos da Pagaia, o número de AP`s presentes era elevado e foi bom iniciar o ano na presença de muitos amigos já conhecidos e ter o prazer de conhecer outros amigos de águas. Quanto á organização do CCA só tenho a dizer bem, correu tudo na perfeição, desde o passeio, à grelhada e ao convívio. Houve direito a champanhe para baptismo de mais um bote, mais um Nelito Azores para estrear e juntar à frota. O Passeio decorreu a um ritmo calmo, pois a Lagoa não é muito grande, havendo mais conversa do que pagaiadas.
Em 2004 já tinha estado na Lagoa (onde nunca mais voltei) e nessa altura a mesma apresentava um maior volume de água. Desta vez estava com um nível de água mais baixo e aberta ao mar, o que permitiu ir pelo canal aberto e sentir a corrente que nos levava até água mais salgada. O passeio durou apenas até à hora do almoço e a diversão bem como muitas conversas prolongaram-se pela tarde a dentro. De realçar a riqueza da Lagoa, quer nos diversos tipos de aves, quer em peixe e sendo a paisagem envolvente agradável a existência de uma vedação causa desagrado ao nosso olhar, não demonstrando servir de muito, pois só envolve parte da Lagoa e ao meio da tarde vimos e ouvimos vários motoqueiros invadirem o areal da Lagoa e propagarem fumo e muito barulho num local que deveria ser paisagem protegida. Atenção que não sou contra andar de moto, pois até pratico MotoCross com frequência, acho é existem locais onde não se deveria praticar e sou completamente contra escapes livres, que para além de poluírem mais o ar fazem um barulho ensurdecedor, o que demonstra o quanto os donos desses mesmos escapes são bestas estúpidas. Pratiquem MotoCross longe de águas e experimentem andar de kayak nelas.Todas as fotografias em
http://picasaweb.google.com/soulwateri