Outra Vez no Rio Vez

Mais uma descida no límpido Rio Vez, na companhia do meu compadre Paulo Quintas. Após a descida do Rio Lima e para não perder a pedalada, no dia seguinte lá fomos para a água novamente. Ainda aguardámos mais companheiros para a descida, mas julgamos que o caudal afugentou alguns dos interessados. Desta vez a água estava a um bom nível e a corrente bem mais forte para tornar a descida mais interessante e muito mais rápida. Tão rápida que não dava para ver algumas daquelas pedras malandras, que só se sentiam quando se batia e roçava nelas, mas sem isso a adrenalina não teria sido tão forte. Algumas pesqueiras metiam agora mais respeito e o ainda não ter os botes apropriados para estas andanças, levou-nos a contornar uma ou outra. O Rotomod Solo e um bote de Pólo não são os indicados, mas á falta de melhor é com eles que descemos, mas desta vez lá levámos os capacetes e os coletes, pois o rio não estava para brincadeiras inconscientes, como já o fizéramos da última vez.
É um rio com águas límpidas em que se vê sempre o maravilhoso fundo (excepto quando a espuma fervilha á nossa volta), a poluição ainda aqui não chegou, gente nesta altura nem vê-la, foi como ter o paraíso só para nós o saborearmos, aliás a vontade era a de tomar um bom banho, como tantas vezes já o fizemos nestas águas. O dia contribuiu para tornar esta descida ainda mais bela, pois o sol acompanhou-nos sempre e espreitava por entre a vegetação quando esta era mais densa, um dia muito agradável tendo em conta que estamos em pleno Inverno. Após esta espectacular experiência ficou já apalavrada uma nova descida lá para Março, esperando que chova mais um pouco para tornar o rio ainda mais rápido e a descida ainda mais emocionante. Esta foi a quarta experiência em águas bravas, onde o nível de perigosidade das descidas tem aumentado de grau em cada uma delas, ainda sem ter passado por um banho forçado (habitual nestas andanças), desejo que a próxima descida seja ainda com um nível de dificuldade mais elevado e aguardo com expectativa qual será a pesqueira que me fará tomar o tal banho forçado (não sem antes me esforçar por não o tomar). Em Março lá será o Vez outra vez.
SoulWater

Objectivo: Lima concluído.

Mais um passeio com os Amigos da Pagaia no dia 19 de janeiro, agora por águas do Rio Lima. Fui o único sulista a aparecer (pese embora o cansaço e custos de 600 km para cada lado) e vi-me rodeado por boas gentes do norte, alguns já conhecidos e outros que foram um prazer de conhecer, como é obvio senti-me muito bem neste grupo, ainda para mais navegando no meu Berlengas com o meu compadre Quintas no lugar traseiro, partilhando sempre bons momentos de convívio e divertimento. Com partida de Ponte de Lima e chegada a Viana do Castelo, conclui assim a única parte do rio Lima que me faltava fazer, para conhecer todo este belo rio em Portugal. Um único dia com estes nortenhos foi pouco para os conhecer melhor e partilhar ainda mais, mas de certeza que haverão outras saídas mais prolongadas para aprofundarmos o nosso relacionamento e amizade. Conhecendo agora todo o rio, chego á conclusão que os percursos mais a norte são mais bonitos, quer pela paisagem com vegetação mais densa e diversa, quer por o rio se apresentar mais estreito, mas esta zona final também é bonita e agradável de ser feita. A um ritmo interessante lá fomos saboreando o trajecto, o dia estava uma maravilha, sol em todo o passeio e estava tão quentinho que até deu para após o almoço fazer uma pausa para o bronze.
Habituado a lidar com as gentes do norte, sei como são bom garfo, mas espantei-me por o pessoal recorrer ás sandes como almoço, mas não fui o único também notei algum espanto quanto a nós, pois nós para além do fogão, pratos e café ainda levámos bancos e mesa, é que gostamos de comer com conforto (e aumentar o peso no bote para nos enrijecer os músculos). Foi facílimo, eu e o compadre atinarmos com a remada certa no k2 e por vezes entusiasmamo-nos no ritmo, o que nos levou a estarmos somente os dois no meio do rio, mas havia um entusiasta ainda maior que nós, pois tal foi o ritmo da pagaiada que o deixávamos de ver. Já depois da ponte de Viana fomos ter com uma Amiga da Pagaia que nos aguardava numa pequena ribeira, para nos acompanhar no restante percurso, pois o seu SOT não era o indicado para todo o percurso. A paragem deu para mais um café e umas belas fotos desta ribeira. O final estava próximo e pela primeira vez deu para ver a cidade de Viana do Castelo de dentro de água e em destaque lá no alto o seu belo Templo-Monumento do Sagrado Coração de Jesus em Santa Luzia. De salientar o aspecto cuidado e organizado da zona ribeirinha. Um passeio a repetir lá mais para as férias de verão com a família toda.
SoulWater

Fim de Ano no Maranhão

Mais um passeio em família com os Amigos da Pagaia, nas ainda desconhecidas águas da barragem do Maranhão. Um bom parque de campismo á beira de água plantado foi o local de acampamento, local aprazível e tranquilo. Não houve tendas para montar, o frio dos últimos dias de Dezembro era intenso e trocou-se as barracas por caravana, auto caravana e apartamentos. No dia 27 começou o acantonamento dos navegantes, que logo nessa noite começaram os festejos em honra do ajuntamento. Muitas pagaias ficaram em casa bem como os respectivos botes, reduzindo o número de navegantes dentro de água no dia seguinte (coisas dos festejos). A partida dos cinco kayaks fez-se pela manhã rumo ao braço de Avis, por onde se almoçou e se perdeu mais uma pagaia, que fez o regresso ao parque de carro. Com um sol agradável por entre muita rocha, vegetação, água e amizade bateram-se os cantinhos todos e afinaram-se pagaias. No término do braço, mais um belo local com muita rocha onde faltou uma incursão na ribeira Grande, mas embora tentados já era tarde para incursões nocturnas e regressou-se ao parque com muita pena minha. Mais uns amigos que chegaram aumentando o grupo e iniciaram-se os festejos nocturnos com jantarada, convívio, jogos diversos e muita risada. No dia seguinte rumaram quatro kayaks para o sul, em direcção ao paredão. O dia estava frio, húmido e com um nevoeiro intenso, que sem os úteis GPS não teríamos ido muito longe, a visibilidade era de uns poucos metros. Tornou-se interessante navegar sem visibilidade das margens mas perdeu-se um navegante, que devido ao desconforto que sentia na embarcação foi por nós acompanhado ao local de partida, retomando o pequeno grupo o caminho novamente para sul, juntinhos para não nos perdermos naquele intenso nevoeiro.
Uma boa navegação fez-nos tomar o caminho correcto, apesar de umas curvas pelo meio. Quase no fim do caminho de ida o sol abriu por entre o espesso nevoeiro e o dia ficou radioso. O almoço foi junto ao paredão, outro local bonito, com muita conversa, fotos e mais conversa sobre o nosso tema preferido, a canoagem. Lá começamos o retorno agora com a possibilidade e o prazer de ver as margens e paisagens deste braço. Os três pagaiadores imprimiram um bom ritmo e com muita conversa pelo meio rapidamente chegámos ao parque, nem se notando os km feitos. Deu para ensaiar um bote de competição e sentir a falta de estabilidade que estes botes têm, mas com umas horas de treino, aquela instabilidade desapareceria de certeza. Após a arrumação do material e um bom banho fomos jantar a um restaurante muito agradável, onde o repasto tornou ainda mais delicioso o estar em tão boa companhia. Não podendo continuar mais dias no Maranhão, no domingo fizemos o regresso a casa, lamentando não poder ficar com estes excelentes amigos para a passagem de ano, que pelo que agora sabemos foi excelentemente bem passado. Enfim, foram quatro dias bem passados num local muito agradável, onde vamos regressar de certeza, pois ainda faltaram uns bons km de água para explorar e concluir toda esta barragem.

Regresso ao Paraíso Alentejano

Mais um fim-de-semana, mais uma viagem, mais uma voltinha. Íeis-me de novo no paraíso alentejano, a barragem de Santa Clara. É sempre um prazer ali regressar, ainda para mais bem acompanhado com os Amigos da Pagaia. Como bom alentejano, aqui mais perto…cheguei atrasado, mas ainda a tempo de descarregar e tratar do resgate. Todos juntos a pagaiar nas límpidas águas, um grupo de 17 em 14 botes, algo que daria uma reportagem fotográfica fantástica, não fossem os fotógrafos em número reduzido (um) e a falta de pilhas logo no começo, mas há imagens que embora não tiradas ficam guardadas nas nossas memórias. Embora o dia se apresenta-se com bastante sol e sem muito frio (estávamos a 24 de Novembro), o vento bateu-nos forte, mas tornou o passeio mais divertido e exigente, causando uma agitação naquelas águas habitualmente mais calmas.
Houve quem não ficasse muito contente com o esforço físico suplementar que aquele vento forte exigia, mas eu cá gostei de ver o meu bote a subir e a descer as ondas e a abanar quando se pagaiava lateralmente ao vento. Antes do almoço demos por falta de dois companheiros que se tinham adiantado ao grupo e rumado para o local de chegada, como eles estavam no rumo certo, decidimos parar para almoçar, pois o esforço já pedia abastecimento. Após o Almoço o vento aumentou e a dispersão do grupo sucedeu, pois cada um lutava com as suas dificuldades ventosas, mantendo cada um o seu ritmo, pois paragem significava andar para trás. Até um Nélito branco (dizem que são os melhores) fez de rebocador a um RTM Solo em dificuldades de progressão. Antes da chegada procedeu-se a um reagrupamento, pois os dois solitários desaparecidos do grupo foram encontrados, aliás foram encontrados os seus botes numa margem juntamente com todo o equipamento, mas deles nem sinal. A preocupação bateu em todo o grupo e após muito caminhar e gritar, monte acima e abaixo, lá os encontrámos. Tinham ido buscar o carro que já estava perto e ficaram por ali no passeio. O grupo dirigiu-se para o fim, mas como ainda era cedo e havia água pela frente, houve quem decidisse palmilhar mais uns km lutando contra o vento. Só não se terminou todo o braço, porque o entardecer não o permitiu e não estava combinada uma nocturna. O campismo foi feito no parque de campismo Serro da Bica, pertença de uns estrangeiros, que não gostam de grelhadores a carvão, mas como não nos avisaram da proibição lá conseguimos fazer a grelhada para o jantar. Repasto, conversa e até dois aniversários onde não faltou a cantoria e o bolo. Mais uma noite de partilha e convívio em muita boa companhia. No dia seguinte a partida fez-se pela manhã algo gelada e muitos desistiram de irem para a água, preferindo um passeio e um bom almoço no restaurante. Os navegantes lá partiram para fazer uma das partes mais bonitas desta barragem. A entrada foi no Castro da Cola por entre muita rocha, com o almoço a fazer-se já perto do ponto de chegada do dia anterior. O regresso fez-se tranquilamente ao encontro dos comilões, que nos tentaram fazer inveja com o excelente repasto que tinham feito, mas nós causamos-lhes também inveja, pois tinham perdido uma bela e rochosa paisagem e alguns km de convívio a pagaiar. Hora de voltar a casa e planear o próximo encontro na barragem do Maranhão.
SoulWater