Regresso ao Paraíso Alentejano

Mais um fim-de-semana, mais uma viagem, mais uma voltinha. Íeis-me de novo no paraíso alentejano, a barragem de Santa Clara. É sempre um prazer ali regressar, ainda para mais bem acompanhado com os Amigos da Pagaia. Como bom alentejano, aqui mais perto…cheguei atrasado, mas ainda a tempo de descarregar e tratar do resgate. Todos juntos a pagaiar nas límpidas águas, um grupo de 17 em 14 botes, algo que daria uma reportagem fotográfica fantástica, não fossem os fotógrafos em número reduzido (um) e a falta de pilhas logo no começo, mas há imagens que embora não tiradas ficam guardadas nas nossas memórias. Embora o dia se apresenta-se com bastante sol e sem muito frio (estávamos a 24 de Novembro), o vento bateu-nos forte, mas tornou o passeio mais divertido e exigente, causando uma agitação naquelas águas habitualmente mais calmas.
Houve quem não ficasse muito contente com o esforço físico suplementar que aquele vento forte exigia, mas eu cá gostei de ver o meu bote a subir e a descer as ondas e a abanar quando se pagaiava lateralmente ao vento. Antes do almoço demos por falta de dois companheiros que se tinham adiantado ao grupo e rumado para o local de chegada, como eles estavam no rumo certo, decidimos parar para almoçar, pois o esforço já pedia abastecimento. Após o Almoço o vento aumentou e a dispersão do grupo sucedeu, pois cada um lutava com as suas dificuldades ventosas, mantendo cada um o seu ritmo, pois paragem significava andar para trás. Até um Nélito branco (dizem que são os melhores) fez de rebocador a um RTM Solo em dificuldades de progressão. Antes da chegada procedeu-se a um reagrupamento, pois os dois solitários desaparecidos do grupo foram encontrados, aliás foram encontrados os seus botes numa margem juntamente com todo o equipamento, mas deles nem sinal. A preocupação bateu em todo o grupo e após muito caminhar e gritar, monte acima e abaixo, lá os encontrámos. Tinham ido buscar o carro que já estava perto e ficaram por ali no passeio. O grupo dirigiu-se para o fim, mas como ainda era cedo e havia água pela frente, houve quem decidisse palmilhar mais uns km lutando contra o vento. Só não se terminou todo o braço, porque o entardecer não o permitiu e não estava combinada uma nocturna. O campismo foi feito no parque de campismo Serro da Bica, pertença de uns estrangeiros, que não gostam de grelhadores a carvão, mas como não nos avisaram da proibição lá conseguimos fazer a grelhada para o jantar. Repasto, conversa e até dois aniversários onde não faltou a cantoria e o bolo. Mais uma noite de partilha e convívio em muita boa companhia. No dia seguinte a partida fez-se pela manhã algo gelada e muitos desistiram de irem para a água, preferindo um passeio e um bom almoço no restaurante. Os navegantes lá partiram para fazer uma das partes mais bonitas desta barragem. A entrada foi no Castro da Cola por entre muita rocha, com o almoço a fazer-se já perto do ponto de chegada do dia anterior. O regresso fez-se tranquilamente ao encontro dos comilões, que nos tentaram fazer inveja com o excelente repasto que tinham feito, mas nós causamos-lhes também inveja, pois tinham perdido uma bela e rochosa paisagem e alguns km de convívio a pagaiar. Hora de voltar a casa e planear o próximo encontro na barragem do Maranhão.
SoulWater

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