Vela para o Kayakmaran

Comprovada a navegabilidade e a eficácia do kayakmaran Nelo faltava mais um extra para continuar a sua personalização, a vela. Ideias de como ela poderia ser eram várias, a maior dificuldade consistia em idealizar a peça principal de união, pois o objectivo era que a vela fosse completamente desmontável dos kayaks, mas também que quando montada se pudesse elevar e baixar. Decidi fazer uma vela triangular, pois iria facilitar-me muito mais o trabalho. Quase na base do mastro fiz e rebitei uma chapa de alumínio em U, onde seria montada a retranca e onde também amarraria um dos cantos da base da vela. Esta peça permite juntar/afastar a retranca ao mastro, para poder baixar/elevar a vela.
No topo do mastro coloquei um tampão plástico utilizado nos sistemas de rega, que depois de furado permite fixar o topo do pano da vela e segurar os cabos que vão á popa e á proa. Os cabos de popa são em cordão, para dar consistência ao mastro e os cabos da proa são elásticos, para permitir baixar a vela e para a mesma se elevar sozinha. Na ponta dos cabos montei uns fechos de mola para prender os cabos nas pegas de transporte dos kayaks, sendo rápida a sua montagem. No topo da retranca, montei um tampão de canalização em plástico, que depois de furado levou o cabo para a rotação do mastro e também serve para a fixação de mais um canto do pano da vela. Para fixar o cabo da retranca no kayak utilizei um fecho em plástico aparafusado ao casco, que é prático para prender e soltar o cabo e assim proceder á rotação da vela. A peça de rotação e fixação do mastro é uma união daquelas plataformas flutuantes que encontramos em muitas barragens. Na sua rosca foi feito um furo para entrar na travessa de união dos kayaks e a porca faz o aperto à travessa. No interior da peça foi montado um rolamento blindado que depois de ser bem fixado pelo seu exterior, levou o mastro pelo seu interior. Não foi fácil arranjar este rolamento, pois tinha que ter a dimensão exterior da peça plástica e a dimensão interior do tubo do mastro. Depois de fixar o rolamento e o mastro, enchi todo o interior com massa consistente, fiz uma chapa para proteger o conteúdo e depois enchi a restante parte com cola de pistola, tudo isto com o objectivo de proteger o mais possível a vida útil do rolamento e dar mais consistência ao conjunto. Desta forma a vela pode rodar 360º e apesar da dimensão ficou um conjunto leve.
Na travessa de união dos kayaks foram também montadas duas peças plásticas para impedir que a base da vela oscilasse. Ao baixar a vela a ponta do mastro apoia na travessa traseira de união dos kayaks e para amarrar a retranca ao mastro foi cozido um fecho de velcro duplo. A ideia resultou, para além da leveza da rotação, o peso é baixo e o aspecto visual não é mau, tendo alcançado o objectivo de facilmente se montar e desmontar tudo. A Altura do mastro é de 2.30mt e a retranca tem apenas 1.20mt, pois para a rodar tem que ser passada em frente dos canoístas e portanto não poderia ser maior. O ensaio a seco permitiu ver o bom funcionamento do conjunto, faltava testar na água.
O dia possível para o ensaio não foi o melhor, pois o vento não se fez sentir muito forte, não permitindo ver a velocidade máxima do kayakmaran, mas mesmo assim velejamos a uma velocidade maior do que a remar, confirmando a estabilidade da vela e dos kayaks. Aguardamos agora um dia com bastante vento e que haja disponibilidade para ir para a água para ensaiar a coisa no limite. Este projecto para estar concluído falta-lhe apenas mais um extra que não é fundamental (embora haja para aí um amigo que ainda gostava de inventar mais uns acessórios), é mesmo por carolice, falta fazer uma plataforma entre os kayaks que nos permita lá deitarmo-nos ao sol, dar uns mergulhos, ou levar lá uma criança ou carga. Ainda ando a equacionar quais os melhores materiais a utilizar, pois terá que ser uma plataforma rígida, leve e facilmente montável/desmontável. Haja agora vento e tempo para molhar muitas vezes este bote, senão único, pelo menos invulgar.

Brevemente vou pegar no Sipre USA e começarei a sua transformação, já lhe pus uma quilha e um estabilizador, mas mesmo assim é impossível andar com ele em turismo (só anda quando pagaiamos, ao parar é banho quase sempre), por isso vou alargar-lhe o fundo para ganhar mais estabilidade, mais umas quantas invenções e julgo que o poderei utilizar em turismo. Lá para o fim do Verão devo acabá-lo.

1 comentário:

João António Figueiredo disse...
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