Vela Caseira para Sipre Murano

Depois de vermos uns bons vídeos de kayaks á vela a deslizar a velocidades algo alucinantes, achamos que seria agradável experimentar essa sensação. O primeiro passo foi ver preços de velas diversas, mas após algumas consultas achamos que teríamos formas mais agradáveis de gastar tanto dinheiro (tal como um fim de semana, com boa cama e mesa numa boa pousada deste paisagístico Portugal). Restava outra opção, começar a procura pelo nosso monte alentejano de peças que nos ajudassem a construir algo parecido com uma vela. Como bichos recolectores que somos, com espaço para guardar tudo, começaram a surgir peças e a aumentar a imaginação e criatividade.

Correias de uma mochila velha com ganchos, dobradiças de uma cadeira de praia velha, um tubo de borracha do carro que tinha sido substituído, borracha da rota câmara de ar da bicicleta, dois varões das sobras da canalização nova de casa, o pano de um velho guarda sol de praia, 2 parafusos, 2 porcas e 2 anilhas dos montes que por aqui existem na garagem, tampões plásticos que sobraram não sabemos bem de onde (para pôr nos 4 topos dos 2 tubos de água), fio de nylon da pesca, agulha e dedal, cabo elástico que tinha sobrado da substituição dos cabos do ex-K1 Boreal Baltic, duas cordas da mesma linha de vida também substituída, uma anilha de porta chaves e finalmente um gancho de uma velha trela do cachorro.
Chegámos á conclusão que guardamos tanta porcaria! Será que iria sair alguma coisa disto tudo?
Bem mãos á obra, no vosso caso preparai a vista:


A base que assenta no casco e que se amarra com os ganchos na linha de vida do Sipre Murano.


O conjunto completo, multicolor para chamar a atenção. O elástico preto vai á proa,
é passado pela pega do kayak e vai ao outro tubo, devido a ser elástico permite baixa-la no nosso sentido aquando sentados no kayak. Largando a vela, esta sobe para a sua posição horizontal. O Cabo azul é passado na linha de vida de cada bordo, permitindo ao puxar cada cabo mudar a vela para a posição do vento e impede que esta dobre para a frente quando o vento é demais.


Imagem após a montagem. O pano que aqui vêem é o primeiro que foi montado, mas revelou-se pequeno, poderia ser maior pois ainda andava pouco. Toca de mudar o pano.
Felizmente havia outro guarda sol velho (tanto lixo).


Finalmente a vela actual. Melhorou em termos de velocidade, tornou-se mais difícil de manobrar quando existe muito vento, mas depois de navegar muito com ela, chegamos á conclusão que ainda poderia ter um pano maior (só para aumentar um pouco mais a velocidade e a adrenalina de a controlar e não ir ao charco).
Apesar de tantos restos utilizados, ficou provado que funciona na perfeição, a custo zero e permite obter outra e diferente experiência na canoagem.
Agora e após esta brincadeira, estamos a pensar fazer outra idêntica mas maior para o Nelo Berlengas, pois à MindWater agrada-lhe a ideia de fazer 40km por dia, mas só ter que pagaiar metade dos mesmos. Quando estiver prometemos mostrar-vos.

1 comentário:

Anónimo disse...

É o que faz viver num monte, espaço não falta. Experimenta num T2?
Quando te poder encomendar uma vela pró meu K1é só falarmos de números..
aguardo,
abraços Mistral